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AGRO - Incidência de Greening desacelera em 54% no cinturão citrícola de SP

AGRO - Incidência de Greening desacelera em 54% no cinturão citrícola de SP

Com apoio das empresas do setor, governo paulista instituiu comitê intersecretarial para combate à doença no ano passado que reuniu conjunto de ações de combate à praga

Medidas de controle mais eficazes, melhoria das práticas agrícolas e temperaturas mais altas foram alguns dos fatores que contribuíram para a desaceleração do greening no cinturão citrícola do Estado de São Paulo. Ao contrário das expectativas criadas, em função do recorde de população de psilídeo registrado em 2023, o incremento na incidência de greening de 2023 para 2024 foi 54% menor que o observado de 2022 para 2023, segundo levantamento divulgado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

O estudo revelou que a ocorrência de temperaturas mais altas que o normal em todo o cinturão citrícola no segundo semestre de 2023 e início de 2024, podem ter acelerado o crescimento dos brotos e afetado a multiplicação da bactéria. Além disso, foi verificada melhoria nas medidas de controle, como, por exemplo, uso de inseticidas mais eficazes e redução do intervalo de aplicação.

Vale destacar, que para essa desaceleração também foi observada a eliminação de plantas doentes, principalmente de talhões inteiros severamente afetados e nas regiões com baixa incidência da doença. De acordo com o relatório do Fundecitrus, a melhoria no manejo do greening dentro das propriedades foi evidenciada pelo menor aumento da incidência nos talhões internos (de 32,71% para 36,43%) que nos talhões de borda (de 40,06% para 47,25%).

“Esse é o resultado do trabalho de toda a cadeia produtiva de citros, que não está medindo esforços para combater o greening nas propriedades rurais do Estado de São Paulo. Ainda há muito a fazer, mas estamos no caminho certo de eliminar essa doença, que afeta um dos setores mais importantes para o agro paulista”, ressalta Guilherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento de SP.

A produção de laranja no Estado de São Paulo foi superior a 10,6 milhões de toneladas em 2023, segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O volume, garante a São Paulo o status de maior produtor de laranja do País, com cerca de 78% do total nacional.

O protagonismo da citricultura paulista também aparece no valor de produção. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número ficou em R$ 10,7 bilhões em 2022. Para se ter uma ideia, o segundo estado com maior valor de produção de laranja foi Minas Gerais, com R$ 1 bilhão.

Vale destacar que o setor também é um grande gerador de postos de trabalho. Como não há mecanização, a colheita de laranja é feita de forma manual. Só no Estado de São Paulo, a citricultura emprega mais de 200 mil pessoas.

Além de impulsionar a economia do estado, a citricultura tem papel fundamental na área ambiental, sequestra até 36 milhões de toneladas de carbono, contribuindo para reduzir o efeito estufa. O levantamento foi feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com apoio do Fundecitrus.

Por isso, o Governo de São Paulo conta com uma série de iniciativas para apoiar a produção de laranja. Nesse sentido, há o Projeto Citrus SP Sustentável, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em parceria com o Fundecitrus. Trata-se de um conjunto de ações que, de forma abrangente, busca impulsionar a citricultura paulista, fortalecendo-a por meio de práticas mais sustentáveis, além de oferecer suporte técnico para os produtores, visando à melhoria constante do setor.

Além disso, a SAA possui o Grupo Técnico de Citricultura da Cati, que elabora avaliações técnicas específicas e desenvolve ações para o melhor desempenho produtivo e econômico da citricultura. E também conta com a Câmara Setorial dos Citros, um fórum permanente de interlocução entre os setores privado e público.

Diante da ameaça do greening no campo, o Governo de São Paulo também disponibiliza aos agricultores uma linha de crédito rural por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap): o Projeto Feap – “Apoio à Citricultura e ao Combate do Greening”, recursos com juros e prazos atrativos, permitindo aos citricultores paulistas a implantação, renovação e ampliação de pomares cítricos ou a erradicação daqueles comprometidos pelo greening.

O Grupo Técnico de Citricultura e o Centro de Políticas Públicas da Cati trabalham em conjunto com o Feap para a seleção de projetos que poderão ser apoiados por esta linha de crédito. Os produtores interessados podem procurar as Catis Regionais e Casas da Agricultura para obter mais informações.

“O trabalho de todos é muito importante neste momento, desde a implementação das melhores práticas agrícolas no campo, passando pela área de pesquisa dos nossos institutos até a criação de políticas agrícolas. A união dos nossos esforços vai se refletir no resultado da citricultura paulista no combate ao greening”, avalia Guilherme Piai.

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