Economia

BRASIL: DÉFICIT DO INSS PODE QUADRUPLICAR! Sistema de aposentadorias corre risco sem novas mudanças

BRASIL: DÉFICIT DO INSS PODE QUADRUPLICAR! Sistema de aposentadorias corre risco sem novas mudanças

(Foto: Divulgação)
Reforma de 2019 não foi suficiente e governo já prevê colapso futuro se nada for feito até 2027.

O governo federal divulgou, por meio do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, uma previsão preocupante: o rombo do INSS — sistema que garante aposentadorias e pensões para trabalhadores da iniciativa privada — deve mais que quadruplicar em 75 anos, caso nenhuma nova reforma seja feita.

O motivo principal? O envelhecimento acelerado da população brasileira, somado à queda no número de nascimentos. Ou seja, teremos mais pessoas aposentadas e menos trabalhadores contribuindo com o sistema.

Segundo o governo:

“O Brasil ainda é um país relativamente jovem, mas a queda na taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida exigem mudanças urgentes, especialmente na Previdência.”

O que está mudando na população?

  • Em 2019, 13,8% dos brasileiros tinham mais de 60 anos. Em 2060, esse número deve subir para 32,2%.

  • Já a faixa entre 16 e 59 anos deve cair de 62,8% (em 2010) para 52,1% (em 2060).

Esse desequilíbrio afeta diretamente o modelo atual do INSS, que funciona no sistema de repartição: quem trabalha hoje paga os benefícios de quem já se aposentou. Com menos gente contribuindo e mais gente recebendo, o déficit tende a crescer.


E a reforma de 2019, não resolveu?

A reforma da Previdência de 2019 trouxe mudanças como:

  • Idade mínima de aposentadoria: 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres);

  • Tempo mínimo de contribuição: 20 anos (homens) e 15 anos (mulheres);

  • Novas regras de transição e cálculo dos benefícios.

Mas, segundo especialistas, essas medidas não foram suficientes para garantir o equilíbrio a longo prazo.


Uma nova reforma será necessária?

Para Rogério Nagamine, do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), sim. Ele defende que uma nova reforma seja feita já em 2027, para evitar um cenário ainda mais difícil no futuro.

Entre as propostas:

  • Aumentar a idade mínima da aposentadoria rural (atualmente 55 anos para mulheres e 60 para homens);

  • Revisar regras do MEI, que contribui pouco, mas cresce cada vez mais;

  • Criar mecanismos automáticos de ajuste, como elevar a idade conforme a expectativa de vida;

  • Unificar regras entre estados, municípios e União, eliminando privilégios;

  • Reduzir a judicialização, especialmente em aposentadorias especiais e Auxílio-Acidente.


Custo da Previdência no Brasil

O economista Arnaldo Lima, da Polo Capital, alerta que o gasto previdenciário do Brasil já atinge 14,5% do PIB — um percentual equivalente ao de países com muito mais idosos, como Grécia, Portugal e França.

Ele defende medidas urgentes, como:

  • Reformar o sistema dos militares;

  • Aprovar a PEC 66/2023, que unifica regras para estados e municípios;

  • Estimular o setor privado a oferecer seguros complementares para doenças e invalidez.


Resumo:
Sem uma nova reforma, o INSS pode chegar a um colapso financeiro nas próximas décadas, pressionando ainda mais as contas públicas. Especialistas alertam que quanto mais se adiar o debate, mais difícil será corrigir o rumo da Previdência Social no Brasil.
(Fonte: G1)
 

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