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Cartão internacional, previdência privada e crédito empresarial estão na mira para levantar R$ 50 bi em 2025.
Em mais uma tentativa de equilibrar as contas públicas, o governo federal anunciou nesta semana um pacote de medidas liderado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que inclui o congelamento de R$ 31,3 bilhões em gastos e aumento no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em diversas frentes. A meta é clara: cumprir o novo arcabouço fiscal e evitar um rombo nas contas ainda neste ano.
CORTES PARA SEGURAR AS CONTAS
O primeiro movimento foi o congelamento de R$ 31,3 bilhões do Orçamento de 2025. O valor será retirado de despesas não obrigatórias dos ministérios — aquelas que envolvem investimentos e o custeio da máquina pública. Os detalhes sobre de onde virá esse corte devem ser divulgados na próxima semana.
IMPOSTO MAIS SALGADO NO BOLSO DO CONTRIBUINTE
Do lado da arrecadação, o governo mira em três alvos principais com aumento do IOF:
1. IOF sobre operações de câmbio
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Cartão de crédito internacional: de 3,38% para 3,50%
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Remessas ao exterior: de 1,10% para 3,50%
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Investimentos internacionais: ia subir de 0,38% para 3,50%, mas o governo recuou. O novo número está sendo revisto para 1,1%
Na prática, isso afeta diretamente viagens, compras no exterior e investimentos fora do país.
2. Imposto sobre previdência privada
Quem investir acima de R$ 50 mil por mês em previdência privada passa a pagar uma alíquota de 5%. A medida é voltada para grandes investidores e busca aumentar a arrecadação sobre aplicações de alta renda.
3. IOF sobre crédito para empresas (PJ)
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A alíquota sobre empréstimos para empresas sobe de 0,38% para 0,95%
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Também haverá aumento na taxa diária e no limite anual
Isso deve encarecer o crédito para negócios, podendo afetar investimentos e geração de empregos no curto prazo.
IMPACTO TOTAL
A expectativa da Fazenda é arrecadar R$ 20 bilhões extras em 2025 e mais de R$ 40 bilhões em 2026. Somando com o congelamento de verbas, o pacote representa R$ 50 bilhões a mais no caixa federal. Para Haddad, essas medidas "parecem suficientes para garantir o cumprimento do arcabouço fiscal".
Desde o início do governo Lula III, a arrecadação já cresceu mais de R$ 200 bilhões acima da inflação, segundo cálculos da própria equipe econômica. A nova leva de ajustes reforça a pressão por responsabilidade fiscal e o compromisso do Planalto com o equilíbrio das contas públicas.