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Mapa interativo e sistema clínico são testados para antecipar surtos e ajudar médicos
Diante do aumento expressivo nos casos de dengue no Brasil, um projeto desenvolvido em Catanduva, interior de São Paulo, promete contribuir com a prevenção da doença e a identificação precoce de quadros mais graves. A iniciativa é liderada pelo professor Márcio Andrey Teixeira, membro do IEEE e docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP).
Utilizando Inteligência Artificial, o projeto está sendo testado na cidade com o apoio da prefeitura e consiste em duas frentes principais: a criação de um mapa interativo de casos de dengue, que poderá futuramente ser acessado pela população por meio de um aplicativo, e um sistema de recomendação clínica com acesso restrito aos profissionais da saúde, capaz de antecipar a gravidade dos casos com base em dados históricos e prontuários clínicos.
“O objetivo é ajudar os médicos na tomada de decisões mais assertivas e rápidas, considerando padrões estatísticos e as particularidades de cada paciente”, explicou Teixeira. Para garantir precisão e confiabilidade, o sistema exige alto volume de dados e conta com apoio técnico da Universidade Tecnológica do Texas, nos Estados Unidos, que contribui com o uso de Inteligência Artificial federativa e explicável.
Testes em andamento e possíveis aplicações
A equipe do projeto é formada pelos alunos Diulia Vitória Faria Ribeiro, Gabriel Luiz de Oliveira, Gabriel Ribeiro de Lima (Iniciação Científica) e Eduardo Rogério Malaquias Chagas, médico e aluno de pós-graduação. Os testes estão sendo realizados no campus do IFSP em Catanduva, com uma unidade de saúde selecionada pela Secretaria Municipal de Saúde.
A expectativa é que, a partir do segundo semestre, o aplicativo e o sistema clínico comecem a gerar dados contínuos, formando uma base histórica para monitorar a evolução da dengue, apontar áreas críticas, auxiliar no planejamento de campanhas preventivas e até avaliar a eficácia das ações adotadas.
Teixeira destaca que o projeto foi desenvolvido para ser replicável em outros municípios. “Com o apoio das prefeituras e o repasse de dados pelas secretarias de saúde, conseguimos padronizar o envio dessas informações via API, permitindo que o sistema reconheça padrões regionais e amplie o alcance da solução”, explicou.
Com a expansão, seria possível comparar dados entre diferentes cidades, buscando entender variações geográficas e traçar estratégias mais amplas de combate à doença.
Sobre o IEEE
O IEEE (Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos) é a maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia para a humanidade. Com mais de 500 mil membros em 190 países, a instituição publica cerca de um terço da literatura técnica mundial nas áreas de engenharia elétrica, computação e eletrônica, além de manter grupos como o Women in Engineering e o Young Professionals. Mais informações no site oficial: www.ieee.org